Quem o diz é o ministro da Agricultura, que acusou o anterior Governo socialista de enganar as câmaras municipais sobre o financiamento para projetos de regadio por parte do Banco Europeu de Investimento (BEI).
Segundo José Manuel Fernandes, o BEI anulou o contrato de empréstimo que tinha com o Governo português, e com isso deixou de ser possível financiar projetos de regadio de várias autarquias do país, nomeadamente a de Valpaços, onde ocorreram as declarações do ministro.
A notícia foi partilhada ao autarca António Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Valpaços, durante o 7º Congresso Nacional do Azeite, inserido na programação da Feira Nacional de Olivicultura – Olivalpaços. O governante afirmou há que agora “um buraco de 61 milhões de euros” que terá de ser resolvido pelo atual Governo.
“O BEI, em 21 de fevereiro de 2023, rescindiu unilateralmente um contrato que financiava regadios que estavam no plano nacional de regadios. Há várias câmaras com contratos assinados que seriam financiados pelo BEI e que avançaram com custos para a elaboração de projetos”, disse o governante, adiantando que o BEI terá rescindido o contrato, há cerca de um ano, por incumprimento do Governo anterior.
José Manuel Fernandes garantiu que os autarcas não foram avisados da situação. “Deve dizer-se a verdade, porque agora os autarcas pensam que o BEI vai financiar-lhes os projetos, quando na verdade já não financia” , acrescentando que, “em meados do ano passado ainda andavam a dizer às câmaras que estava financiado pelo BEI, quando já não havia contrato nenhum”.
Agora, o titular da pasta da agricultura diz ter herdado um buraco financeiro de 61 milhões de euros, no âmbito do Plano Nacional de Regadios, que admite ser de difícil resolução.
“A partir de agora, o que vai acontecer é que vou reunir com as autarquias para ver o estado de cada projeto, para ver os gastos que já tiveram e já estamos a procurar arranjar uma solução, porque havia outro contrato que tem de ser prorrogado, para que através do Banco do Conselho da Europa possamos obter um financiamento, algo que não é garantido”, concluiu.
Jornalista: Rita Teixeira
Foto: Canal N