Foi aprovado, pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, o primeiro curso de doutoramento do ensino politécnico. Com a designação “Engenharia de Sistemas Inteligentes”, o curso foi acreditado por seis anos.
O Instituto Politécnico de Bragança é o primeiro politécnico a ver aprovado um curso de doutoramento. “Engenharia de Sistemas Inteligentes” é o nome do curso que entrará em funcionamento já no próximo mês de setembro, tendo “uma estrutura inovadora e assenta em investigação aplicada de elevado potencial científico, em estreita articulação com empresas” refere o IPB em comunicado enviado à redação do Canal N.
Desta forma, o doutoramento em Engenharia de Sistemas Inteligentes “visa preparar profissionais e investigadores com elevada competência científica segundo parâmetros de qualidade internacional, com capacidade de exercer autonomamente funções de investigação e liderança em processos de inovação na área multidisciplinar de Eng. de Sistemas Inteligentes”.
A possibilidade de concessão do grau de doutor no subsistema de ensino superior politécnico ocorreu com a aprovação, por unanimidade, na Assembleia da República, da Lei n.º 16/2023 de 10 de abril, que alterou a Lei de Bases do Sistema Educativo e o regime jurídico das instituições de ensino superior. De acordo com os termos do Regime Jurídico de graus e diplomas, “o grau de doutor só pode ser atribuído pelas Instituições que demonstrem possuir uma experiência acumulada em I&D relevante nesse ramo do conhecimento e que tenham 75% dos docentes do doutoramento integrados em unidades de investigação próprias com a classificação mínima de Muito Bom”.
Segundo avança o Instituto Politécnico de Bragança, a criação deste doutoramento será uma mais valia para Trás-os-Montes, ist6o porque “a realização de projetos de investigação aplicada de elevado potencial científico, em estreita articulação com empresas e focando o desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas práticos e realistas, permitirá o reforço da capacidade tecnológica nacional e desempenhará um papel dinamizador da região de Trás-os-Montes, num contexto favorável e emergente de transformação digital e transição energética, e a sua integração em redes internacionais de conhecimento”.
O curso terá a duração de três anos, sendo organizado em seis semestres que correspondem a 180 ECTS.
No entanto, o IPB aguarda ainda a aprovação de mais dois cursos deste grau, um em Engenharia de Biossistemas e outro em Tecnologia e Produtos de Base.
“A aprovação destes cursos de doutoramento só é possível porque o Instituto Politécnico de Bragança dispõe de duas Unidades de Investigação avaliadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) com a classificação de Excelente (classificação máxima numa escala de 0 a 5): Centro de Investigação em Digitalização e Robótica Inteligente (CeDRI), e Centro de Investigação de Montanha (CIMO) e um Laboratório Associado – SusTEC –Laboratório Associado para a Sustentabilidade e Tecnologia em Regiões de Montanha (único no sistema Politécnico)” refere, em comunicado enviado à redação do Canal N, o IPB.
Na sequência da aprovação da Lei, vários Politécnicos submeteram à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior propostas de criação de doutoramentos, nas áreas em que dispõem de Unidades de Investigação com a classificação de muito bom ou excelente. “Este processo de avaliação envolve a apreciação da proposta por uma comissão de avaliação externa, que inclui obrigatoriamente académicos de referência internacionais nessa área de especialidade, mediante a qual a Agência emite uma deliberação de acreditação por um máximo de 6 anos” explica o mesmo comunicado.
Jornalista: Lara Torrado