Artigo de opinião escrito por Katy Rodrigues – Consultora em Marketing, Turismo e Sistemas de Informação
Papagaios ardilosos expelem cuidadosos mantras que o inconsciente dos mais conscientes absorve. As coisas da internet e a internet das coisas seduzem e programam um consumidor que se assume como “smart”, numa Era em que o excesso de informação é claramente desinformação.
E nesta espiral tecnológica, ouvimos a NASA a anunciar a instrução do primeiro “home rental” na lua em 2040 e o Dubai a planear o primeiro aeroporto sem terminais. Enquanto a Google testa carros sem condutor, em prol e para o benefício das populações, nações caem com um simples clicar de um botão e vislumbram-se câmaras apontadas nos mais recônditos dos lugares, sem ninguém perguntar se pode gravar!?!
Para os que ousam questionar a pertinência da tecnologia para o desenvolvimento das civilizações, são precisos argumentos válidos para este sério exercício de ponderação. Se, por um lado, a sociedade contemporânea está emaranhada numa teia digital, onde já não se sente ou até se pensa…por outro, a realidade aumentada pode ser a resposta para a acessibilidade e a inclusão das pessoas… chegar às grandes massas! Se persistem algoritmos rebuscados que nos levam a pensar que ainda somos detentores de livre arbítrio e senhores das nossas escolhas, há que desligar alguns “routers mentais” e dar aso ao raciocínio!
No turismo, a inteligência artificial emerge e progride-se com a conversão da big data em small data. A importância da tecnologia é categórica para a distribuição e a segmentação de mercados (assim como da informação), mas é preciso mitigar o efeito abrasivo da tecnologia nas pessoas e no turismo. É preciso ser smart: encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e a empatia, não fosse o turismo o ofício dos afetos!