O Tribunal de Instrução Criminal do Porto determinou, ontem à noite, “a imediata libertação de 17 dos 19 arguidos detidos” no âmbito da “Operação Gota D’água”, que investiga a falsificação de análises de água destinada ao consumo humano em Trás-os-Montes.
É o que refere um comunicado divulgado ao final da noite de ontem, assinado pela juíza presidente da Comarca do Porto.
A nota acrescenta que “a leitura do despacho determinativo das medidas de coação será efetuada na próxima segunda-feira, 27 de novembro, pelas 14:00, com a presença de todos os arguidos sujeitos a primeiro interrogatório judicial”.
O vereador da Câmara de Vila Flor com os pelouros da Educação, Desporto e Cultura, foi um dos detidos que saiu em liberdade, enquanto a diretora do laboratório em causa – Laboratório Regional de Trás-os-Montes – é uma das arguidas que permanece detida.
Na quarta-feira, a Polícia Judiciária deu conta, em comunicado, da detenção de 20 pessoas – mas o processo ficou depois com 19 arguidos detidos – e da realização de 60 buscas a entidades públicas e privadas.
Os detidos, com idades entre os 25 e 61 anos, são funcionários e dirigentes do laboratório, assim como dirigentes e eleitos locais das entidades gestoras ou empresas (câmaras municipais e empresas concessionárias), sendo ainda constituídos “vários outros arguidos”.
Segundo a PJ, a Operação Gota D’água “tem por objeto a atividade fraudulenta de um laboratório responsável pela colheita e análise de águas” destinadas a consumo humano, águas residuais, águas balneares, piscinas, captações, ribeiras, furos e poços, estando em causa crimes de abuso de poder, falsidade informática, falsificação de documento agravado, associação criminosa, prevaricação, propagação de doença e falsificação de receituário.
O Laboratório Regional de Trás-os-Montes, em Mirandela, que foi alvo das buscas policiais por suspeitas de falsificação de análises de água, e disse estar “surpreendido” com a investigação, garantindo que está a colaborar com as autoridades.
Jornalista: Fernando Pires