O IPB e a ULSNE vão fazer testes de diagnóstico da Covid-19 nos lares de idosos da região de Trás-os-Montes, estimando-se que se realizem de imediato 174 testes de diagnóstico por dia.
Considerando a atual situação de emergência comunitária provocada pelo crescimento do número de pessoas afetadas por COVID-19 no país e na região de Trás-os-Montes, e a dificuldade de os laboratórios de saúde pública realizarem os testes de diagnóstico de Covid-19 necessários a uma gestão eficaz da atual crise sanitária, o IPB iniciou a realização de testes de diagnóstico da infeção por SARS-Cov-2 que provoca a doença COVID-19, em parceria com a Unidade Local de Saúde do Nordeste.
Com esta atividade o IPB coloca as suas capacidades de investigação ao serviço da comunidade e fortalece a sua parceria com a ULSNE, procurando construir um projeto científico diferenciador na área da saúde no Nordeste Transmontano.
Na realização destes testes o IPB segue o protocolo laboratorial desenhado pelo Instituto de Medicina Molecular (iMM). Como é do conhecimento público, este protocolo baseia-se na metodologia desenvolvida pelo CDC “Center for Disease Control and Prevention (CDC) e foi certificado pelo INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Depois de cumpridas todas as fases de validação dos testes, conforme os laboratórios nacionais de referência, o IPB estima iniciar a fase cruzeiro de realização de análises no dia 10 de abril.
O teste de diagnóstico para coronavírus 2 (SARS-COV-2) implementado no IPB é um ensaio de identificação do vírus em RT-qPCR (PCR em tempo real) e usa reagentes produzidos em Portugal, pela empresa de biotecnologia NZYTech, conforme as recomendações do iMM. Desta forma, fica ultrapassada a escassez de reagentes que existe no mercado internacional devido à elevada procura e que levou à inoperacionalidade de outros métodos de análise.
Para o desenvolvimento destes testes o IPB adaptou uma parte significativa dos laboratórios do Centro de Investigação de Montanha, dedicando um dos pisos integralmente à realização desta atividade e concentrando aí diversos meios e equipamentos. Foi também desenvolvida uma aplicação informática que permite o registo e acompanhamento do processo de análise. Após a chegada das amostras ao IPB, o protocolo laboratorial de análise tem uma duração aproximada de 5h.
O IPB e a ULSNE estimam realizar de imediato 174 análises por dia e, numa segunda fase, ficará instalada uma capacidade de 348 análises por dia.
Para a realização destas análises o IPB e a ULSNE criaram uma equipa de mais de 30 pessoas, cientistas e técnicos, que aceitam trabalhar neste projeto de forma voluntária. A equipa é liderada pelas Professoras Alice Pinto e Carina Rodrigues do IPB e pela Dra Maria José Montanha da ULSNE.
Cabe ao IPB e a ULSNE desenvolver todas as fases do diagnóstico, incluindo a recolha de amostras.
A ULSNE será responsável pela recolha de amostras, bem como pela fase de descontaminação das amostras e inativação do vírus nessas amostras.