A Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT) “reitera, de forma clara e inequívoca, o seu apoio à criação da Unidade Local de Saúde (ULS)” na região, informou em comunicado.
Depois de ter sido anunciada a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a partir de janeiro de 2024, com a criação de mais 31 Unidades Locais de Saúde – que vão passar a agregar os hospitais e os centros de saúde numa mesma instituição e gestão -, vários autarcas têm mostrado o seu descontentamento, mas não é o caso da CIMAT.
Esta Assembleia Municipal refere que ao longo de mais de uma década, continua a ser consensual que o modelo ULS se constitui como “o modelo mais eficaz para a boa articulação entre os cuidados de saúde primários, os cuidados de saúde diferenciados e o setor social da saúde”.
Considerando que em coerência com o modelo de organização territorial vigente, se impunha a adoção, por parte do Governo, de uma proposta consubstanciada na criação de uma ULS que integrasse os seis concelhos do Alto Tâmega e Barroso.
O texto da moção refere que “a aprovação do diploma que estabelece a integração dos três Agrupamentos de Centros de Saúde infra enunciados e o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto, E.P.E, será criada uma mega estrutura, cuja área de influência direta abrange cerca de 276.000 habitantes, dispersa territorialmente (o concelho de São João da Pesqueira dista a mais de 150 Km do concelho de Montalegre, sendo necessário mais de duas horas para concretizar a viagem), num território caracterizado por uma população envelhecida, com poucos recursos, portadora de múltiplas comorbilidades, que as torna absolutamente vulneráveis à inexistência de cuidados de saúde de proximidade”.
A CIMAT recorda ainda que “existe um histórico negativo” relativamente ao processo de integração das Unidades Hospitalares de Chaves e Vila Real, que conduziu a um longo processo de quase duas décadas, que pode conferir um risco acentuado à boa implementação do modelo ora proposto.
Outro dos argumentos apresentados pela comunidade é um dos aspetos de maior risco, se constitui, “no elevado risco de menorização dos cuidados de saúde primários, agravado pela dispersão territorial, existindo uma tendência para uma maior preponderância nos cuidados hospitalares”, explica.
Desta forma, o Conselho Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso reuniu, na passada terça-feira, e deliberou que apoia a criação destas unidades. Mas exige “medidas imediatas” para ultrapassar os reiterados problemas ao nível do serviço de urgência da Unidade Hospitalar de Chaves, designadamente na especialidade de Pediatria.
Solicita ainda à Assembleia da República, através da Comissão Parlamentar de Saúde, uma visita à Unidade Hospitalar de Chaves do CHTMAD para constatar, no local, a atual situação da unidade de saúde.
A tomada de posição será enviada ao ministro da Saúde, primeiro-ministro, Presidente da República, presidente da Assembleia da República, Diretor Executivo do SNS, à Comissão Parlamentar de Saúde, às Direções Parlamentares da Assembleia da República.
Jornalista: Rita Teixeira
Foto: Arquivo