A capital do distrito vai ser a primeira cidade portuguesa que terá ligação direta aos comboios de alta velocidade. De momento a estrada que liga Bragança a Puebla de Sanabria, em Espanha, já está a ser alvo de requalificação e melhoramento. A localidade espanhola tem AVE- um comboio que pode atingir 300 quilómetros por hora. A empreitada estará concluída em 2026 e tem um investimento de 29 milhões de euros.
Esta era uma ambição já há muito desejada, pelo menos há 20 anos. Uma estrada “sem buracos” e “com menos curvas” que fizesse uma ligação entre Bragança e a vizinha Espanha.
Desde 2021 que Puebla de Sanabria tem ligação de alta velocidade ao TGV espanhol. Esta linha rápida, também conhecida como AVE, pode chegar aos 300 quilómetros, ligando Sanabria a Madrid em menos de duas horas.
No entanto, há um seque. O problema que está agora à vista é a estrada que liga a capital do distrito à estação localizada em Sanábria que tem uma extensão de 45 quilómetros e um percurso cheio de desafios onde é necessário ter especial cuidado.
“Precisamos de um tapete novo daqui a Bragança, a cada meio ano tenho de mudar as rodas do carro. Não ganhamos para as rodas”, critica uma das 76 pessoas que vive em Rio de Onor, aldeia de Bragança que faz fronteira com Espanha, em declarações ao Porto Canal. “Uma nova estrada vai ajudar muito Bragança, em vez de demorarem 50 minutos, os espanhóis vão demorar dez ou 15 minutos a cá chegar” adianta um habitante de Varge ouvido pelo Porto Canal.
O melhoramento da estrada vai ter um custo de 29 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência. A autarquia de Bragança já abjudicou a execução da via, que não pode ser transformada em autoestrada ou IP pelo simples facto de atravessar o Parque Natural de Montezinho.
“Uma ligação rodoviária ao AVE espanhol é premente”, avalia o presidente da Câmara Municipal de Bragança. “A obra consiste na reabilitação da estrada existente, com a correção do traçado”, explica Hernâni Dias. A estrada vai alargar e ficar mais segura. “Vai haver uma variante na aldeia de Varge e em Rio de Onor, mas fica a faltar um ponte internacional, que vai depender do Governo português e do Governo espanhol, por forma a evitar que estejamos a fazer uma estrada até um determinado ponto, os espanhóis também reabilitem do lado de lá, e depois não haja uma ligação que é obrigatório ser feita”.
Jornalista: Lara Torrado