O Infarmed alargou o uso dos medicamentos Kaftrio e Kalydeco para tratamento da fibrose quística a crianças entre os seis e os onze anos.
Foi aprovado o financiamento público para o uso de ambos os medicamentos no caso de crianças, entre os seis e os onze anos, que “têm pelo menos uma mutação F508del no gene regulador da condutância transmembranar da fibrose quística”.
A Autoridade do Medicamente menciona que, no caso do Kaftrio, apenas deve ser prescrito por profissionais de saúde com experiência no tratamento da fibrose quística e, no caso de o genótipo do doente ser desconhecido “”deverá efetuar-se um método de genotipagem exato e validado para confirmar a presença de pelo menos uma mutação F508del”.
A fibrose quística é uma doença genérica e, apesar de ser rara, é a doença genética mais frequente entre caucasianos e afeta e em cada sete mil pessoas em Portugal.
Um doente com fibrose quística tem uma disfunção das glândulas exócrinas, que produzem secreções anómalas afetando pulmões, aparelho digestivo, glândulas de suor e aparelho genito-urinário.
Apesar de não ter cura, o diagnóstico precoce da doença pode aumentar substancialmente a esperança média de vida dos doentes, que passou de 10 anos, na década de 1960, para 40 anos, nos dias de hoje. Atualmente, a doença afeta cerca de 400 pessoas em Portugal.
De relembrar que, no mês de março de 2021, Constança Bradell, recorreu às redes sociais para expor a luta contra a fibrose quística, numa fase em que a doença começou a ter um grave impacto no seu quotidiano. Aproveitou também para se queixar da demora da aprovação do Kaftrio em Portugal. No entanto, o Infarmed informa que o acesso àquele medicamente já era possível desde novembro de 2020, através de Autorização de Utilização Especial (AUE) submetida por um hospital do Serviço Nacional de Saúde.
No entanto, apesar de a jovem ter acabo por falecer em julho de 2021, aos 24 anos, a sua luta teve um propósito. Em dezembro de 2021, dezenas de doentes com fibrose quística apelaram ao Infarmed para uma maior celeridade no acesso a este medicamento.
Em marco de 2022, a Autoridade de Medicamento e Produtos de Saúde alargou o uso do medicamente a um maior número de doentes.
Até ao momento, o uso do medicamente estava autorizado apenas a pessoas com idade igual ao superior a 12 anos. Agora, foi alargado, também, a crianças entre os seis e os onze anos.
Jornalista: Lara Torrado