A Câmara de Montalegre divulgou uma tomada de posição sobre a exploração de lítio no concelho, onde foi assumido um “não claro e inequívoco”.
A autarca Fátima Fernandes começa por dizer que “é evidente que os interesses gerais do concelho não estão acautelados e não existem perspetivas inequívocas de que venham a ser tidos em conta de forma cabal e objetiva”.
De referir que a reformulação do projeto “Concessão de Exploração de Depósitos Minerais de Lítio e Minerais Associados – Romano”, da empresa Lusorecursos, encontra-se em consulta pública desde o dia 27 de junho e até à próxima segunda-feira, dia 24 de julho.
A presidente de Montalegre refere que o “lítio terá um grande valor económico para o país”, mas salienta “as consequências ambientais que estão longe de ser explicadas e clarificadas”. Nomeadamente na paisagem, com implicação direta no relevo e cobertura vegetal, nas linhas de água e no ar, nos sistemas ecológicos e biodiversidade e no que à gestão dos resíduos diz respeito.
Por estes motivos, Fátima Fernandes sua posição como “um não claro e inequívoco”, lê-se em comunicado.
Visto que “o transporte de lítio coloca problemas e prejuízos graves para as estradas municipais que têm sido ignorados” e acrescentou que “não há garantia de que este projeto venha a ter no concelho a cadeia de valor, o que inclui a extração, refinaria e fábrica de cerâmica”.
O município irá anunciar ate 4 de agosto, a pedido da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o seu parecer final que, recorda, não é vinculativo.
Antes de 24 de julho, no âmbito da consulta pública, será também remetida à APA a análise pedida pela Câmara Municipal às universidades de Lisboa e do Porto.
“Independentemente do parecer, o município procurará, por todos os meios legítimos, impedir a concretização desta exploração que, no modo como se apresenta, é danosa para o concelho”, conclui.
Jornalista: Rita Teixeira