Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão a desenvolver soluções para a valorização dos resíduos dos cogumelos aplicando-os na cosmética e alimentação animal, de forma a evitar desperdícios.

O estudo foi criado no âmbito do projeto Fungi4Health e foram anunciadas hoje várias soluções inovadoras para a utilização das sobras dos cogumelos, como em cremes hidratantes e em dietas animais.

“O elevado volume de resíduos é considerado um dos maiores problemas da fileira da produção de cogumelos” revela o comunicado da universidade, e acrescenta que, por cada quilo de cogumelos se produz, em média, dois quilos de resíduos que necessitam de tratamento para, mais tarde, serem valorizados.

O projeto assenta nesse âmbito, “o incremento pode ser feito através da sua aplicação em dietas animais ou na indústria cosmética, graças ao valor nutricional e ao potencial cosmecêutico destes resíduos” de forma a evitar esse desperdício.

Guilhermina Marques, investigadora e coordenadora do projeto, deu como exemplo a utilização de shiitake, uma espécie de cogumelo, que foi utilizado em dietas para a produção de coelhos e peixes onde foram obtidos “ótimos resultados”, e explica que “a incorporação de 10% de farinha de pés de cogumelos na alimentação dos peixes favoreceu os padrões de crescimento quando comparados com uma dieta comercial”.

O projeto avaliou o potencial de alguns cogumelos e verificou que algumas espécies se destacaram pelas “propriedades antioxidantes, antienvelhecimento e também alguma atividade antibacteriana”.

“Desenvolvemos uma linha de produtos cosméticos naturais, nas quais se incorporaram extratos de cogumelos, nomeadamente cremes faciais com propriedades hidratantes e antienvelhecimento, sabonetes sólidos e um champô líquido revitalizante para todos os tipos de cabelo”.

O estudo foi financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do NORTE 2020.

Jornalista: Lara Torrado

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