As duas corporações de bombeiros do concelho de Mirandela estão “claramente melhor preparadas para o combate aos incêndios na época de Verão que se aproxima”.
A convicção é do comandante dos bombeiros voluntários de Mirandela com o argumento de que as corporações da cidade e da vila de Torre de Dona Chama têm agora cinco Equipas de Intervenção Permanente (EIP). “Com a constituição da terceira EIP em Mirandela e com a segunda EIP na Torre, significa que no horário laboral, de maior risco, vamos ter cinco equipas disponíveis, com um total de 25 elementos, para o ataque inicial e isso aumenta a capacidade de resposta em relação a 2022”, assegura Luís Soares, revelando que tem sido aposta da sua corporação, a profissionalização do corpo ativo. “Dos 64 elementos do quadro ativo, cerca de 47 por cento têm um vínculo de contrato de trabalho com a associação e os restantes são bombeiros voluntários que têm a sua atividade profissional e que dão muito a esta casa para responder às ocorrências”, acrescenta.
E apesar de contar com um número “assinalável” de viaturas, Luís Soares entende ser necessário renovar a frota, mas, não só. “O parque automóvel começa a ficar envelhecido com muitos quilómetros e desgaste acentuado, pelo que terá de haver um plano de aquisição de viaturas, a médio/longo prazo, cinco anos, e precisamos de continuar a caminhar no aumento no resto da profissionalização das outras áreas, sobretudo na área da emergência médica e no transporte de doentes não urgentes. Para além disso, terá de haver uma requalificação da área do atendimento, sem esquecer a reparação da auto escada que já tem 23 anos de vida e precisa de uma manutenção que supera os 50 mil euros, porque corre o risco de ficar inoperacional”.
Algumas das necessidades sinalizadas pelo comandante dos bombeiros voluntários de Mirandela, à margem das comemorações dos 140 anos da Associação dos Bombeiros Voluntários de Mirandela, assinalados na passada quinta-feira, 25 de maio.
Dia em que a corporação aproveitou para apresentar mais uma viatura de transporte de doentes não urgentes, das duas que a associação adquiriu recentemente. “Este ano, já adquirimos duas novas viaturas. Uma delas já esteve aqui nesta cerimónia, a outra vai chegar em breve, porque há uma dificuldade enorme em todo o país na obtenção de chassis para encarroçamento, mas deve chegar em breve”, assegura o presidente da direção, revelando ainda que está para chegar uma viatura tática de combate a fogos florestais, atribuída pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. “Essa viatura só deverá chegar em 2025, mas já é positivo porque sabemos que a vamos receber e são viaturas com um valor de 250 mil euros que as associações não têm capacidade de comprar, mas tivemos a capacidade de ser contemplados, fruto do reconhecimento da autoridade e do Estado Português”, acrescenta Sílvio Santos.
O líder da associação que já conta 140 anos de vida assume que as contas estão de boa saúde. “Temos vindo a recuperar e temos tido, inclusive, a preocupação de investir e de olhar para o futuro, garantindo a sustentabilidade da associação que é uma entidade privada que tem já uma responsabilidade social muito grande, com cerca de 40 profissionais e mais algumas dezenas de pessoas voluntárias e já envolve umas centenas de milhares de euros anualmente, mas temos vindo a recuperar. Em 2020, fechamos o ano com um saldo operacional positivo de 20 mil euros, e em 2022 já conseguimos chegar aos 130 mil euros”.
Jornalista: Fernando Pires