Indivíduo foi libertado pelo tribunal de Torre de Moncorvo, esta sexta-feira, depois de quase oito meses preso em Bragança.
Um homem de 46 anos estava desde maio de 2022 em prisão preventiva por ter sido apanhado com 30 gramas de cocaína na própria viatura. No entanto, o produto encontrado era açúcar, como confirmaram os testes realizados no Laboratório de Polícia Científica (LPC) da Polícia Judiciária.
O juiz convocou Manuel Lourenço Gomes para novo interrogatório na passada terça-feira. Nessa nova audiência o Ministério Público alterou a posição anterior, propondo a revisão da medida de coação do suspeito. Foram necessárias 72 horas para hoje confirmar esta alteração. O suspeito passou de prisão preventiva para apresentações periódicas às autoridades duas vezes por semana.
De relembrar que Manuel Gomes foi detido pela GNR de Torre de Moncorvo a 31 de maio pela posse em flagrante de 32,637 gramas de cocaína, que teriam sido encontrados no interior do porta-luvas da sua viatura envolvidos em papel de alumínio.
Na altura o homem terá mencionado que era diabético e que o produto encontrado era “apenas açúcar”, no entanto um teste rápido realizado numa farmácia não terá concluído o mesmo. O indivíduo ficou em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Bragança. Passados quatro meses o LPC da PJ do Porto confirmou que o produto apreendido não era cocaína, mas sim açúcar em pó.
Não sendo suficiente para o Ministério Público e para o juiz de instrução criminal de Torre de Moncorvo, o suspeito continuou em prisão preventiva, sob suspeita de que este integrasse uma rede de tráfico.
O advogado que defende Manuel Lourenço Gomes desde outubro de 2022 foi contactado pela VISÃO e garante que “fez tudo o que era tecnicamente possível” para que o cliente fosse liberado, porém “nenhum dos requerimentos apresentados surtiu efeito”.
“Bastou a história aparecer na comunicação social para, em menos de uma semana, o problema ser resolvido” menciona o advogado de defesa, João Peres. Logo no início desta semana o juiz marcou novo interrogatório e nesta sexta-feira Manuel Lourenço Gomes foi libertado.
O advogado de defesa de Manuel Lourenço Gomes pretende dar seguimento a uma queixa apresentada contra o juiz e o procurador do Ministério Público responsáveis pelo caso ao Conselho Superior de Magistraturas e ao Conselho Superior do Ministério Público.
Jornalista: Lara Torrado