Paula Borges alega “razões pessoais” para a saída.
Solução encontrada por Júlia Rodrigues de recorrer a técnico superior do Município de Vila Flor estará a causar desconforto junto das hostes do PS Mirandela.
Menos de 15 meses depois de ter sido nomeada para adjunta do Gabinete de Apoio à Presidência da Câmara de Mirandela, liderada por Júlia Rodrigues, a advogada Paula Borges abandonou as funções e já foi exonerada do cargo, “a seu pedido” pode ler-se no despacho assinado pela autarca socialista na passada segunda-feira, e que consta da ordem de trabalhos da reunião quinzenal do Município, agendada para esta tarde.
No mesmo despacho, Júlia Rodrigues agradece a Paula Borges “o empenho, dedicação, rigor e disponibilidade com que desempenhou as suas funções”.
Paula Borges confirmou à Terra Quente FM a saída, alegando que a decisão fica a dever-se a “razões pessoais”.
Entretanto, Júlia Rodrigues assinou o despacho da nomeação de um novo adjunto. Trata-se de Tiago Filipe Morais, natural de Vila Flor, 37 anos, licenciado em direito, que exercia as funções de técnico superior na área jurídica na câmara municipal de Vila Flor, desde dezembro de 2016.
Em 2019, Tiago Morais chegou a ser designado em regime de substituição, pelo então autarca socialista da câmara de Vila Flor, Fernando Barros, para o cargo de chefe da unidade orgânica de 3º grau jurídica, contra-ordenações e execuções fiscais, mas em 2022, o atual autarca eleito pela coligação PSD/CDS, Pedro Lima, extinguiu aquela unidade orgânica, levando Tiago Morais a regressar ao seu lugar de origem como técnico superior.
O ano passado, chegou a concorrer ao lugar de diretor do departamento de administração e finanças do Município de Macedo de Cavaleiros, autarquia socialista liderada por Benjamim Rodrigues, mas quem obteve a melhor classificação foi João Paulo Fraga, ex-chefe da divisão e diretor de departamento administrativo e financeiro da câmara de Mirandela, exonerado do cargo por Júlia Rodrigues, em 2018, três meses após a autarca socialista ter tomado posse.
Ao que apurámos, o recém-nomeado adjunto de Júlia Rodrigues foi, na altura, designado pela autarca como instrutor de um processo disciplinar contra João Paulo Fraga, que, entretanto, interpôs uma ação em tribunal alegando incompetência por parte do instrutor e por falta de fundamento legal da instrução do processo.
Em termos políticos, Tiago Morais foi candidato do PS à União de Freguesias de Vila Flor e Nabo, nas autárquicas de 2021, e perdeu para o PSD.
Atualmente, faz parte do Secretariado da Federação Distrital de Bragança do Partido Socialista.
Ao que conseguimos apurar, esta nomeação, terá causado desconforto em vários elementos da estrutura interna do PS Mirandela, tendo em conta que a opção foi escolher alguém de fora do concelho em detrimento da prata da casa com conhecimento mais aprofundado da realidade concelhia.
No entanto, por agora, ainda não há uma reação oficial por parte da comissão política concelhia socialista.
Jornalista: Fernando Pires