O pintor transmontano morreu, morreu a 25 de dezembro, no dia de Natal, aos 90 anos, a informação foi avançada pelo município de Mirandela.

Hilário Teixeira Lopes era natural da aldeia de Abreiro, no concelho de Mirandela, onde nasceu a 14 de Maio de 1932. O artista mirandelense, filho de Armindo Teixeira Lopes, também pintor, foi desde cedo inspirado pelo pai para a arte.

Em 1948 muda-se para Lisboa, com 16 anos, para estudar na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Em simultâneo, trabalhava no atelier do escultor João Fragroso e, depois, no do vitralista Ricardo Leone.

Com 22 anos abriu o seu próprio atelier em Lisboa, consolidando-se aos poucos como excelente retratista. O contacto direto com artistas, críticos e agentes de mudança face ao paradigma das artes plásticas portuguesas durante o Estado Novo, fez com que Hilário Teixeira Lopes procurasse a sua própria voz na Pintura Contemporânea, tendo chegado a experimentar o expressionismo, o surrealismo.

Mas foi no Abstracionismo que Hilário Teixeira Lopes encontrou a sua linguagem, com o Expressionismo Abstrato, Informalismo, Abstracionismo Orgânico, Gestualismo e Letrismo.

A partir dos 30 anos de idade, a extrema dedicação à pintura arte passa a ser reconhecida pelas instituições nacionais e internacionais, traduzindo-se na atribuição de bolsas de estudo no estrangeiro e em prémios nacionais e internacionais. Em 1963, a Fundação Calouste Gulbenkian atribui-lhe uma bolsa de estudo para Paris. Em 1965, ganha o prémio Souza-Cardoso, atribuído pelo Secretariado da Propaganda Nacional (SPN). Em 1969, participa na II Bienal Internacional do Desporto, realizada em Madrid e conquista o prémio lugar em Pintura.

Na nota de pesar, o município salienta que “o carinho do Mestre Pintor Hilário Teixeira Lopes e família pelo Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes sempre foi desmedido. A última manifestação disso foi a doação de mais duas pinturas, no mês passado, que poderão ser apreciadas brevemente”.

Jornalista: Rita Teixeira

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