Empresa proprietária de seis barragens do Douro suspendeu os apoios sociais a entidades de Miranda do Douro. Esta situação aconteceu logo após o municipio ter anunciado que iria avançar com um processo em tribunal para exigir o pagamento dos impostos das barragens.

Surpreendida pela notícia avançada por Vítor Bernardo, vereador da câmara de Miranda do Douro, em novembro, a Movhera suspendeu um conjunto de apoios a entidades locais, que incluem associações e juntas de freguesia. Em novembro o vereador tinha mencionado que ia avançar para tribunal para que o IMI, IMT e ainda o imposto de selo, no valor de 110 milhões de euros fosse pago.

Foram suspensos os protocolos com duas juntas de freguesia e duas associações. Vítor Bernardo fala de “chantagem”. “A atitude desta empresa, que é uma empresa que facturou 267 milhões de euros o ano passado, em utilizar este tipo de chantagem, que isto é uma chantagem pura e dura, utilizando este argumento para juntas de freguesia que foram eleitas na coligação em que a câmara está eleita é inqualificável, não tem outro nome, é ignóbil”.

Vítor Bernardo frisou que “a estratégia processual está montada. Só há uma hipótese de não avançarmos com o processo, que é a Autoridade Tributária fazer aquilo que já devia ter feito em janeiro ou fevereiro de 2021, que era liquidar os impostos que são devidos. Quer isto dizer que o município de Miranda tem a obrigação legal de continuar”.

De relembrar que no ano de 2020 a EDP vendeu seis barragens por 2,2 milhões de euros à Engie que depois se transformou na Movhera. Duas dessas albufeiras pertencem ao concelho de Miranda do Douro.

Jornalista: Lara Torrado

Foto: Canal N/Arquivo

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