Depois de um verão preocupante a albufeira da barragem de Vila Chã “começou a encher”, encontrando-se, agora, a 20% da capacidade de armazenamento. No verão desceu marcando 16%, o que causou preocupações aos locais.
As campainhas de alarme do concelho de Alijó soaram. Bateu-se o “recorde de caudal mínimo de reserva de água” na barragem de Vila Chã, mencionou à agência Lusa, Vítor Ferreira, vice-presidente da Câmara de Alijó. “O valor mínimo que tínhamos registado era de 19% e eu julgo que este ano terá chegado aos 16%” ressalva o vice-presidente.
Não houve necessidade de restrições no que toca ao abastecimento de água para consumo a partir do empreendimento, no entanto, foi preparado um plano de contingência, conjuntamente com a empresa Águas do Norte. “Foi necessário baixar, pelo menos, por duas vezes, a cota de captação de água, que normalmente é mais elevada”, explica o autarca.
Segundo Vítor, a chuva que tem vindo a cair está a contribuir para que os níveis de água subam. “A barragem nesta altura já começou a encher, já começou a entrar um volume mais significativo de água relativamente ao consumo. Ou seja, tem aumentado os níveis de cota da barragem, mas ainda muito residual, estamos a falar em 2%” e salientou que na última semana “subiu apesar do tempo que fez e da quantidade de água que caiu”.
Só durante o mês de janeiro é que a barragem começa a ter um volume significativo de reserva da albufeira, explicou o vice-presidente. Sobre as chuvas que têm caído afirma que “são águas de escorrência e, portanto, como os terrenos ainda estavam muito secos, toda esta água ainda não foi suficiente para fazer a saturação dos terrenos da envolvente da barragem” e frisa que “estamos à espera que estas chuvas comecem a fazer uma diferença significativa na cota”.
Durante o verão verificou-se no concelho constrangimentos a partir de outras fontes de abastecimento, nomeadamente nascentes. Na aldeia de Vale de Agodim também se fizeram sentir preocupações e foi necessário recorrer aos bombeiros para reabastecer os depósitos.
O autarca afirma que “só temos uma localidade, que é Vale de Agodim, que foi efetivamente a primeira a ter problemas e que, neste momento, ainda vai demonstrando alguma fraqueza na nascente. Todas as outras têm tido autonomia suficiente para o abastecimento”. No entanto, o vice-presidente afirma que de ano para a ano “as nascentes têm ficado cada vez mais fracas”.
Com o financiamento da Agência Portuguesa do Ambiente, o município vai adquirir um camião cisterna para os reabastecimentos, no entanto, esta compra só se efectivará em 2023. Contudo, o autarca vai apostar, também, na sensibilização junto da população para a poupança e uso de regrado de água.
Jornalista: Lara Torrado