Apesar da chuva, Albufeira de Arcossó, em Chaves, mantém-se apenas com 3% de capacidade de armazenamento. No entanto, em Alto Rabagão, Montalegre, o nível de água tem vindo a subir.
Duas situação distintas. Enquanto que em Chaves se debate a escassez de água na albufeira de Arcossó, que se mantém com apenas 3% da capacidade de armazenamento, em contrapartida, no Alto Rabagão, em Montalegre, o nível de água tem vindo a subir gradualmente.
A barragem de Arcossó “mantém-se com défice elevado de água”, afirma Rui Guerra, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte e representante do Estado na Associação e Regantes e Beneficiários da Veiga e Chaves, em declarações à agência Lusa. Acrescentando que, em relação à chuva que tem caído, esta “não foi significativa para se notar alterações no nível de armazenamento da barragem”.
O responsável especificou que a barragem, segundo o relatório datado de 11 de novembro, se encontra nos “3% de armazenamento”.
Devido à seca, a rega a partir deste aproveitamento hidroagrícola, no norte do distrito de Vila Real, foi cortada em julho, no entanto, já em junho tinha sido incluído na lista anunciada pelo Governo com restrições para a campanha de rega no país. É de relembrar que com este empreendimento só se disponibiliza água para o abastecimento público.
Segundo Rui Guerra, a situação mantém-se “preocupante”, apesar de, neste momento, não haver necessidade de rega, no entanto, acrescenta que a rega ficaria “comprometida” caso se repetisse um inverno e uma primavera secos.
Até maio espera-se que a albufeira recupere os níveis de armazenamento. Rui Guerra ressalva que o ideal seria encher, permitindo, assim, “uma rega de certeza absoluta para toda a campanha”, acrescentando que “não é uma garantia porque estamos sempre dependentes das precipitações”.
Já em Montalegre, no concelho vizinho, não há memória de um nível tão baixo de água na barragem do Alto Rabagão, também conhecida, pelos locais, como barragens dos Pisões, cujo espelho de água é uma atração turística.
À Lusa, Daniel Reis, presidente da Junta da União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas, mencionou que no verão passado, o nível de água já tinha descido 40 metros, tendo ficado a 20% da sua capacidade. No entanto, agora é com alívio que vê a os níveis da água aumentar progressivamente, tendo já subido “3,50 metros”. Afirma, dizendo que “já se nota visualmente a subida do nível da água”.
Inaugurada em 1963, Daniel Reis admite que “desde a sua construção nunca se tinha visto a albufeira tão em baixo”, e que devido à seca e à escassez de água, nunca tinha tido um ano tão difícil durante os seus quatro mandatos. No entanto, agora, a situação parece inverter-se. “As nascentes, as fontes, a albufeira vai enchendo, as captações já deitam mais água para os reservatórios, as nascentes começam a ficar mais cheias e isso já dá um certo alívio”, admite, finalizando que “é lógico que ainda não estamos numa situação de normalidade, mas ficamos mais aliviados”.
Jornalista: Lara Torrado
Fotografia: LUSA