O Projeto Sentinelas- Rede de Monitorização de Ameaças para a Fauna Silvestre da organização não governamental de ambiente Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural já detetou, só no primeiro semestre deste ano, cinco casos de ameaças para a fauna silvestre no distrito de Bragança e também na província limítrofe de Zamora, em Espanha. Os casos já foram reportados às autoridades competentes.
Os casos reportados envolveram suspeitas de envenenamento, colisão com linha elétrica e eventos de causa desconhecida e afetaram um total de oito indivíduos de cinco espécies diferentes, o abutre-preto (Aegypius monachus), milhafre-real (Milvus milvus), milhafre-preto (Milvus migrans), grifo (Gyps fulvus) e raposa (Vulpes vulpes).
A investigação está em curso para apurar as causas de morte dos animais.
Todas as espécies de avifauna afetadas estão protegidas e duas delas encontram-se em vias de extinção, como é o caso do abutre-preto, que é uma espécie prioritária de conservação a nível nacional, e do milhafre-real.
O Projeto Sentinelas é financiado pelo Fundo Ambiental e é desenvolvido em territórios da Rede Natura 2000 e da Rede Nacional de Áreas Protegidas. Tem como parceira a Universidade de Oviedo, em Espanha.
Tem como principais objetivos, monitorizar, através da marcação com dispositivos GPS, espécies sentinelas de aves e mamíferos que são mais afetadas por diversas formas de perseguição ilegal, bem como por outro tipo de ameaças de origem antrópica, avaliar a vulnerabilidade das espécies de fauna silvestre ao uso ilegal de venenos e analisar as perceções sociais e os níveis de tolerância de diferentes grupos de interesse relativamente às espécies de fauna silvestre.
Os casos reportados em Portugal ocorreram em territórios da Rede Nacional de Áreas Protegidas, nomeadamente nos Parques Naturais do Douro Internacional e de Montesinho, e em áreas classificadas da Rede Natura 2000, entre elas, as Zonas Especiais de Conservação e Zonas de Proteção Especial Douro Internacional e Vale do Águeda e Montesinho/Nogueira.
Jornalista: Inês Carvalho