O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está preparado para oferecer três doutoramentos, na área das ciências agrárias, ambiente e digitalização robótica. 

Depois de ter voltado a ser discutido no parlamento a possibilidade de politécnicos atribuirem grau de doutoramento, o presidente do IPB, Orlando Rodrigues, referiu que o instituto está preparado para o fazer.

“Há 300 alunos a fazer investigação no IPB, mas são obrigados a ter matricula numa universidade para conseguirem obter o grau. Estão a fazer cá a investigação, nos nossos laboratórios, orientados pelos nossos investigadores e o título é depois dado por uma universidade portuguesa ou espanhola. Portanto nós na prática estamos a fazer os doutoramentos”, esclareceu. 

“O que diz a lei de graus e diplomas é que para dar os doutoramentos o curso tem que ser reconhecido e avaliado pela nossa agência de avaliação e é preciso que haja centros de investigação avaliados com Muito Bom ou Excelente. Nós temos dois centros de investigação avaliados com Excelente e temos também outros com Muito Bom e outros com Bom”, referiu.

A proposta vai agora ser levada à Comissão da Educação para ser discutida e aprovada. Prevê-se que no ano letivo 2023/2024 os politécnicos já tenham essa função. 

Foi também discutida a mudança do nome dos institutos politécnicos para universidades politécnicas. Para o presidente do IPB permitirá um reconhecimento internacional destas instituições. 

“Em todo o mundo as instituições de ensino superior estão associadas à palavra universidade e a ausência desta palavra prejudica o reconhecimento internacional destas instituições, daí que se pretenda que se faça o mesmo movimento que já foi feito pela maioria dos países na Europa, que adoptaram designações como Universidades de Ciências Aplicadas, Universidades Tecnológicas ou Universidades Politécnicas”, frisou. 

Uma iniciativa legislativa de cidadãos, subscrita por 20 mil pessoas, defendeu o fim da “limitação legal que impede os politécnicos de outorgar o grau de doutor” e a possibilidade de “adoptar a designação de universidade politécnica em substituição da de instituto politécnico”. Foi aprovada, na passada quinta-feira, por unanimidade na Assembleia da República.

Jornalista: Inês Carvalho 

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