Cerca de 50 enfermeiros têm contratos precários na Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNe).

O Sindicato dos Enfermeiros (SE) do Porto esteve reunido, na passada terça-feira, com a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNe). No encontro entre as duas entidades estiveram em cima da mesa temas como a progressão nas carreiras, a contratação de mais enfermeiros ou a resolução dos contratos a termo.

Num universo de 750 enfermeiros ao serviço da ULSNe, há cerca de meia centena que tem ainda um vínculo a termo certo, depois de terem sido contratados nos últimos dois anos para reforçar os quadros de pessoal em função das necessidades do hospital para combater a covid-19.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, diz que a administração reconhece a importância destes enfermeiros e quer normalizar a situação, procedendo a uma contratação sem termo.

Até porque “a não contratação destes enfermeiros para os quadros efetivos da ULS do Nordeste é o equivalente a, de um dia para o outro, a Urgência deixar de ter enfermeiros ao serviço”, frisou o dirigente sindical.

Em discussão esteve, também, a existência de bolsas de horas, cuja ilegalidade a administração da ULSNe reconhece. “Têm noção que não é legal a existência de horas e querem criar condições para que seja possível os enfermeiros deixarem de ter essas horas em bolsa, seja pelo gozo de horas seja pelo seu pagamento como horas extraordinárias”, sustenta Pedro Costa.

Dos cerca de 750 enfermeiros ao serviço da Unidade Local de Saúde do Nordeste, 300 reúnem condições para passar a enfermeiro especialista. “Atualmente, só 150 estão colocados na carreira como enfermeiros especialistas e as vagas identificadas no recente despacho do Ministério da Saúde são manifestamente insuficientes para as necessidades da unidade de saúde”, adiantou.

Apesar da vontade que a ULSNe diz ter para valorizar a carreira dos enfermeiros e promover a igualdade, a decisão terá de ser validade pelo Ministério da Saúde.

“Há vontade de resolver esta situação, bem como a dos enfermeiros que reúnem condições para serem colocados na carreira de enfermeiro gestor, mas, mais uma vez, a concretização destas boas intenções da administração da ULSNe está dependente da concordância do Ministério da Saúde”, adverte o dirigente sindical.

A administração da ULSNe foi, ainda, confrontada com queixas de enfermeiros que alegam terem sido impedidos de gozar as folgas semanais, ou de verem os seus horários alterados sem a sua concordância. “O enfermeiro diretor garantiu-nos que não tem conhecimento de qualquer irregularidade, mas apelou aos enfermeiros afetados que lhe reportem esta situação para averiguar o que está a levar a uma situação que considera ser inaceitável”, concluiu Pedro Costa.

O pagamento do subsídio extraordinário de covid-19 e a atualização do vencimento dos enfermeiros para o primeiro nível salarial da carreira foram outros dos pontos em análise.

“Foi-nos dada a garantia de que esse reposicionamento salarial é tão só uma justa atualização salarial e não um ato de progressão na carreira”, adianta o presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE. Pedro Costa espera que “todas estas garantias sejam cumpridas, pelo que o Sindicato irá continuar a acompanhar a situação na ULS do Nordeste e irá intervir novamente sempre que tal se justifique”.
 
Jornalista: Rita Teixeira

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