O presidente da distrital do PSD de Bragança, Jorge Fidalgo, afirmou ontem que a polémica com os resultados regionais está encerrada, depois do apuramento oficial, mas mantém as críticas à Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A Assembleia Geral de Apuramento concluiu ontem a análise à votação de domingo no círculo eleitoral de Bragança e o resultado final ditou algumas alterações, mas mantém a vitória do PS, numa região tradicionalmente de direita.

O presidente da distrital anunciou, no domingo à noite, que ia pedir esclarecimentos na Assembleia Geral de Apuramento sobre os resultados devido a uma situação que o partido detetou nos dados oficiais que iam sendo divulgado pela CNE e que podem ser acompanhados na Internet, como em todos os atos eleitorais.

A Assembleia, a quem compete verificar os resultados, terminou hoje esse trabalho, e no resultado final do apuramento o PS continua a ganhar no distrito de Bragança, mas com uma diferença mais curta em relação ao PSD.

Os dados de domingo à noite ditaram uma diferença de 15 votos, enquanto os da Assembleia Geral de Apuramento ficaram por 12 votos, embora ambos os partidos tenham subido a votação.

De acordo com o resultado final, o PS passa de 26.495 para 26.504 votos, mais nove, e o PSD de 26.480 para 26.492, mais 12.

Contactado pela Lusa, o presidente da distrital do PSD disse desconhecer ainda o resultado da Assembleia Geral de Apuramento, mas reafirmou que nunca pôs em causa que o PS ganhou as eleições e que “seria um absurdo, seria gravíssimo se se alterasse a votação”.

“O que eu acho grave é que a CNE dê aqueles resultados”, salientou, referindo-se ao caso que denunciou no domingo, em que o PSD estava a ganhar por 63 votos quando faltava uma freguesia por apurar, quando fechou o resultado na freguesia perdia por sete votos e acabou a perder, no global do distrito, por 15 votos.

Jorge Fidalgo defende que, pode ter sido “um erro” da CNE, mas esta entidade “tem que assumir o erro” porque, embora possam ser resultados provisórios, estão a ser vistos por todos e só deviam ser publicados quando efetivamente estão fechados.

Embora não tenha obtido ainda as explicações que reclamou, o presidente da distrital de Bragança do PSD afirmou à Lusa que considera o assunto “encerrado”, mas que fica a crítica à CNE.

O PS, que obteve uma maioria absoluta a nível nacional, tornou-se, pela primeira vez, maioritário no círculo eleitoral de Bragança, com dois dos três lugares na Assembleia da República.

Esta é a segunda vitoria dos socialistas em eleições nacionais neste distrito, depois da maioria absoluta de José Sócrates, em 2005, em que o partido ganhou na região, mas ficou com dois deputados e o PSD com o mesmo número, quando este círculo eleitoral ainda elegia quatro parlamentares.

Os eleitos socialistas são dois membros do Governo que vai cessar funções, concretamente Sobrinho Teixeira, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, e Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades Portugueses.

O PSD trocou de lugar com o PS e passa a ter apenas um deputado por Bragança na Assembleia da República, mantendo-se lugar Adão Silva, atual líder parlamentar e que já leva quase um total de 30 anos como deputado.

Por: Lusa

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