“Fabrica do Azeite” é o novo espaço no Porto dedicado ao azeite transmontano e duriense, biológico e com selo DOP (Denominação de Origem Protegida), que mostra como o olival português pode “casar” com a indústria têxtil em prol da economia circular e sustentável.
O que é que t-shirts, sweatshirts, hoodies, joggers ou casacões têm a ver com azeitonas? E o que fazem ao lado de um lagar e de outros produtos selecionados como vinhos e vinagres, mel e compotas, frutos secos e biscoitos, chás e infusões, chocolates, conservas variadas e afins?
São perguntas feitas por quem visita este local situado na baixa da cidade do Porto, um espaço dedicado sobretudo ao “ouro verde” de Trás-os-Montes e Alto-Douro, mas também a outras mercearias gourmet, para venda e degustação.
A “Fábrica do Azeite” disponibiliza uma linha de vestuário 100% biológica e sustentável porque o olival que a “alimenta” começou a escoar o bagaço de azeitona para a indústria têxtil colorir roupa com técnicas naturais e matérias-primas orgânicas, livres de compostos sintéticos e/ou químicos.
Este subproduto resulta da transformação do fruto das oliveiras da Quinta do Prado, em Vila Flor, berço do azeite biológico “Acushla“. O primeiro passo no aproveitamento do azeite transmontano está a ser dado, para já, dentro do próprio grupo empresarial têxtil Tetribérica, detentor da marca olivícola, uma insígnia de roupa confortável de corte sportswear e fitness wear, feita com matérias-primas sustentáveis.
A marca é “uma das mais premiadas do mercado português, com mais de 100 galardões nacionais e internacionais em 15 anos, e exporta em paragens como a Suíça, Itália, Japão, China, Estados Unidos da América, Reino Unido, Grécia, Israel, Argentina, Dubai, Brasil, França, Alemanha, Canadá, Espanha”, segundo o empresário da Fábrica do Azeite e do Acushla, Joaquim Moreira.
“O que é um desperdício, para uns, é para outros, como nós, uma matéria-prima. Que dá expressão a uma outra forma de estar. E de fazer, a pensar na sustentabilidade do planeta”, acrescenta.
A loja, inaugurada em dezembro de 2021, possui um lagar e, em altura de colheita, extrai azeite para provas no local, que podem ser robustecidas com “tapas”.
Jornalista: Sara Teixeira