O candidato do PSD alega que o CDS exigia os lugares de tesoureiro e vogal e devolve aos democratas-cristãos a acusação de que não respeitou a vontade dos eleitores.
“Entendo como desrespeito aos eleitores o não exercício de funções para o qual se foi eleito, apenas porque não se saiu vencedor dum processo eleitoral e democrático”, afirmou.
Sílvio Santos já reagiu às acusações do CDS. O agora eleito presidente da mesa da assembleia de freguesia lamenta o recurso ao insulto pessoal por parte do CDS. “Considerando a infelicidade das declarações da comissão política do CDS-PP Mirandela e a sua lamentável tomada de posição de personalizar este processo, recorrendo ao insulto pessoal, cumpre-me informar publicamente que não lhes reconheço a mínima legitimidade para proferir tais acusações”, diz.
“A falta de consenso registada na primeira reunião de instalação da Junta de Freguesia, foi uma situação normal, que decorre da legislação em vigor, desejando que fique claro que a rejeição da lista de vogais proposta pelo Sr. Presidente da Junta, na reunião de instalação da Assembleia de Freguesia, pela lista que liderei e que traduz a candidatura do PSD, pretendia única e exclusivamente fazer refletir nos órgãos que compõem a assembleia e junta de freguesia de Mirandela, aquilo que foram os resultados eleitorais, o que não se viabilizou”, adianta, em comunicado.
Sílvio Santos diz que nunca foi sua intenção integrar o executivo da junta. “A proposta que inicialmente indicamos, conjuntamente com os eleitos pelo CDS-PP, previa a constituição de um executivo com elementos do PSD, não obrigatoriamente eu, como dei publicamente nota, através de declarações proferidas na Terra Quente FM”, refere.
O cabeça de lista do PSD à junta de freguesia de Mirandela acrescenta que os elementos do CDS já sabiam da sua posição de não obstaculizar a instalação da junta e da assembleia de freguesia, desde o dia 14 de outubro. “É por isso incompreensível a sua posição de falsa indignação do dia 19, proferindo acusações pessoais que nada dignificam os eleitos, a comissão política e o partido que representam, que atua num país de regime democrático”, afirma.
Sílvio Santos faz questão de revelara que e o CDS exigiu os lugares de tesoureiro e vogal no executivo da junta. “Aconteceram tentativas de acordo entre os diversos partidos com assento na Assembleia de Freguesia, nomeadamente cerca de 20 minutos, reitero 20 minutos, antes da Assembleia de Freguesia do último dia 19 de outubro, em que os elementos eleitos do CDS contactaram os eleitos do PSD, marcando uma posição de exigência dos lugares de Tesoureiro e Vogal, ora não sendo vontade de qualquer elemento eleito pelo PSD, apesar do inapropriado timing, dispusemo-nos a viabilizar um executivo que incluísse o CDS, se porventura se verificasse um acordo dos mesmos com o partido mais votado”, pode ler-se na nota.
O cabeça de lista do PSD à junta de freguesia de Mirandela, nas autárquicas de 26 de Setembro, também refuta a acusação de que não respeitou a vontade dos eleitores. “Ao contrário do CDS-PP entendo como desrespeito aos eleitores o não exercício de funções para o qual se foi eleito, apenas porque não se saiu vencedor dum processo eleitoral e democrático”, sublinha.
Sílvio Santos assume que vai “respeitar a escolha democrática, darei a liberdade de funcionamento que estes órgãos autárquicos devem ter. Sim assumo que abdico da estratégia que idealizei a favor do interesse da Freguesia. Sim assumo que mais uma vez farei o que ao longo da minha vida cívica tenho feito, trabalhar por Mirandela. Sim assumo que não são interesses pessoais que me movem, mas interesses coletivos, os de Mirandela”, afirma.
O agora presidente da mesa da Assembleia de Freguesia de Mirandela entende que “seria já altura de aceitar e respeitar os resultados das últimas autárquicas na defesa dos elevados interesses da Freguesia e concelho de Mirandela, despojando-se de vestes partidárias e pensar em Mirandela”.
A terminar, Sílvio Santos diz sentir-se no direito de deixar algumas questões: “quem pretende açambarcar cargos? Não aceitação da vontade dos eleitores? Desespero? Necessidade de justificar resultados eleitorais?”.
É a reação de Sílvio Santos às críticas do CDS no processo que levou à instalação da junta e assembleia de Freguesia de Mirandela.
Jornalista: Fernando Pires