Artigo de opinião de Mariana Marques – CLDS 4G Vila Flor Ativa

O burnout já começa a ser conhecido cada vez mais no mundo do trabalho, no entanto, nos dias que decorrem, com a exigência cada vez mais posta sobre os pais fala-se já também em Burnout Parental. A necessidade de educar exemplarmente, com as imensas atividades que os filhos têm após a escola, os trabalhos de casa, a alimentação dos filhos, o cuidar de cada pormenor deles a toda a hora… Chegam assim, ao fim de cada dia, como se tivessem percorrido uma maratona, porque a tudo isto junta-se o emprego de cada um, as tarefas domésticas e o cuidar deles próprios como pessoas individuais. 

Esta síndrome agravou-se agora com a pandemia, em que os pais tinham os filhos em casa e não tinham qualquer forma de escape a esta realidade.

A única forma de cruzar esta meta como vencedor é estar consciente do caminho e saber como respirar e recuperar forças ao longo do percurso. Contudo, são cada vez mais os pais que acusam a pressão e desistem de participar nesta maratona.

O Burnout Parental é considerado um estado de exaustão física, emocional e comportamental causado por um hiperenvolvimento e dedicação na educação dos filhos.

Podemos usar como exemplo do mesmo quando alguém que passa o fim-de-semana em casa com os filhos, considera este tempo miserável, ficando aliviado quando chega a segunda-feira e pode finalmente almoçar sossegado libertando-se da necessidade constante de ser cuidador enquanto os filhos estão na escola. 

Falamos de Burnout Parental quando os educadores já esgotaram todos os seus recursos, tentando sempre ser melhores, sentem-se tristes e desmotivados, sentem que falham com a sua missão. Mas atenção, para cuidarmos do outro é necessário em primeiro lugar cuidar do eu. O eu deve sempre estar na primeira linha, mesmo antes dos filhos, porque só assim poderemos ser o melhor de nós para com aqueles que amamos. 

De modo a prevenir este tipo de Burnout é importante analisar a relação com os seus filhos, lembre-se que o seu filho só vai mudar se você também mudar: chama-se modelagem e cada ação desencadeia uma outra por consequência. Desconstrua a ideia da paternidade perfeita e peça ajuda sempre que achar necessário, evitando o sentimento de fracasso. Por fim, exija tempo para si reforçando sempre as pequenas vitórias do dia-a-dia. 

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